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Design: Popularização de produtos X Vulgarização da palavra

 

 

O design existe desde que o homem inventou o martelo feito de pedra, desde que a cabaça virou prato e o couro dos animais virou  vestimenta protetora.  Afinal o homem faz design de acordo com suas necessidades e recursos.

 

Bom ou mau, profissional ou amador, bonito ou feio, não importa. Design é inevitável e está presente em todos os objetos que fazem parte de nossas vidas.

 

Entendo o design exercido profissionalmente, como um método com conceitos e técnicas para solucionar problemas. Problemas oriundos dos usuários – consumidores tais como: costumes, comportamentos, novos hábitos ou posturas, ou vindos das indústrias como por exemplo novas tecnologias ou materiais, processos, custos, armazenamento, distribuição, e outros motivos, mas sempre o produto exercendo uma função.

 

Dizem que uma pergunta bem formulada garante metade da resposta.

 

Ou seja, para se propôr um novo projeto de design, é necessário saber exatamente qual problema ou problemas que pretendemos solucionar, senão estaremos redesenhando o já desenhado sem acrescentar uma nova solução, uma nova atitude, um novo processo de produção. Estaremos fazendo mais do mesmo.

 

Estamos apenas usando a palavra design como um adjetivo para vulgarizá-la e criar um falso e inadequado componente que só serve para encarecer o produto através de falsos valores, pois o verdadeiro design é aquele que valoriza o produto sem que isto o torne inacessível ou apenas disponível nas lojas de decoração da Vila Madalena ou Gabriel Monteiro da Silva e vendidas como peças assinadas, obras de arte ou peças de produção limitada. Isto é design?

 

Produtos populares não tem design? Foram produzidos como e porque? Nasceram? Brotaram?

 

Por que então o design não é utilizada para valorizar produtos do uso diário e de baixo custo?  Por que esses produtos merecem ter uma qualidade inferior tanto no desenho, na funcionalidade e produção, como nos materiais utilizados e nos acabamentos como se as necessidades rotineiras fossem menores e menos importantes?

 

Acho que a palavra design está fluída até na cabeça de quem faz design.

 

Vamos usar com mais parcimônia a palavra design. Não existe objeto sem design. Não se extrai o design de um objeto. Design não é, e nem deve ser argumento de venda como vemos hoje em diversas campanhas publicitárias: carro-design, geladeira- design, hotel- design, fashion-design e agora até sobrancelhas-design! Argumento de venda é o benefício que o produto oferece.

 

Precisamos de mais design R$ 1,99

 

 

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